domingo, 26 de setembro de 2010

7.) AS ELEIÇÕES ESTÃO CHEGANDO



Olá! As eleições estão chegando e encontrei um texto interessante que fala sobre nosso voto. Boas eleições a todos e vamos pensar bastante antes de votar...
Voto Consciente, Voto Cidadão

A democracia é o pilar da liberdade e do desenvolvimento de um país. Ela se faz através de direitos, onde todo cidadão pode expressar por palavras e pela sua maior arma, o voto, o destino de seu país, estado ou municípios através de seus representantes políticos.  Porém, um país se torna cada vez mais avançado na democracia quando o cidadão é consciente de sua responsabilidade, isto é, sente-se responsável de que seus atos podem transformar a realidade atual para melhor.
No entanto, como disse no inicio, democracia se faz pela liberdade e o respeito a ela e assim, temos de levar em consideração que quando falamos em votos observamos que há vários tipos de eleitores. Porém é fundamental que haja consciência de que, ao escolhermos nossos políticos pelo voto precisamos ganhar com tal escolha e não apenas uns poucos sejam privilegiados. Temos que deixar de ser egoístas e pensar em toda comunidade.
O fundamental é analisarmos o perfil daquele que vem pedir nosso voto. Embora, saibamos e vemos tantos políticos que usam do dinheiro público para si próprio e para os seus, não podemos deixar de sentirmos co-responsáveis, pois se eles estão no poder é porque foram colocados por nós, neste sentido também somos responsáveis. No entanto, temos a arma do voto para que, ao escolhermos erradamente certos representantes, possamos corrigir em cada nova eleição.
Não se pode escolher um político pelo coração, pela emoção, mas sim, pela razão, olhando sua capacidade administrativa, sua idoneidade, seu passado, seus trabalhos prestados à comunidade. Ele precisa ser alguém que, ao analisarmos, nos sintamos bem representados no sentido coletivo.
Certamente que o candidato que procura conquistar o eleitor com algum benefício pessoal, seja uma cesta básica, um jogo de camisa, um churrasco, bebidas ou mesmo oferecendo alguma ajuda financeira, este, não é um bom candidato. Temos de ser conscientes de que tal atitude nada mais é que tentar comprá-lo.
No entanto o eleitor, quando cede a tais propostas está, de certa forma, contribuindo para que sempre tenhamos políticos corruptos e sem compromisso com a sociedade. Ao aceitar tal proposta escusa de políticos, na verdade, ele não deve mais nada, pois já pagou seu voto.
O eleitor tem que ficar consciente de que este seu voto pode fazer a diferença tirando a oportunidade de outro político que seja idôneo e que realmente tenha compromisso, não seja eleito.
Enfim, ainda que muitas vezes se vote pela emoção, ou por algum favor, não se pode dizer que não é um voto consciente, porém, ainda que seja consciente não é um voto cidadão, pois é de efeito negativo, isto é, não constrói para uma sociedade melhor, nem mais justa, onde todos possam gozar de melhor qualidade de vida.
O seu voto, o meu voto, o nosso voto precisa ser consciente e cidadão.

Com a aproximação das eleições nós como comunidade devemos estar conscientes para elegermos os candidatos certos, pois nossa cidade, nosso estado, nosso país precisam de muito mais melhorias do que podemos imaginar.
E pensando em nossa cidade, devemos pensar muito bem na hora de elegermos os nossos deputados estaduais e federais, pois são eles que repassam as verbas necessárias.


“Se o povo brasileiro acreditasse mais na força que tem, não existiriam tantos políticos corruptos no Brasil...”

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

6.) A SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

OI PESSOAL!
Estou fazendo Pós em Educação Física Escolar e recebemos um trabalho sobre o filme Sociedade dos poetas mortos. Gostei da atividade e fiz alguns comentários de acordo com as quetões enviadas por nossos professores.
Abaixo minhas colocações.
O que vocês acham sobre o filme? É antigo e mostra o ensino clássico e tradicional da época.
Hoje ainda temos muitos reflexos daquela época tão militarista...

A SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS 

Este filme marcou época e principalmente fez parte da minha juventude, foi um dos que gravei e assisti no mínimo umas 30 vezes (NO MÍNIMO). Mas não tiro meu lado alienado em relação ao filme, naquela época só assisti porque era fã dos meninos da Sociedade. Ethan Hawke e Robert Sean Leonard continuam lindos. rs
Mas vamos lá...
 
Roteiro para análise do filme:
1.) Na sua opinião, como o personagem principal ministra sua aula?
Neste filme, o Prof. Keating (Robin Williams) tenta quebrar as barreiras tradicionalistas da época, deixando suas aulas diferentes, em ambientes diferentes que os da sala de aula, busca fazer perguntas e levar seus alunos a pensar, ele não entrega as respostas ou textos prontos, ele dá questões para que reflitam e por eles sejam respondidas, questões essas que almeja levá-los a autonomia, ou simplesmente que se entreguem ao escrever poesia, que falem de algo que realmente vem do coração, que realmente importa para eles, sem medo nem vergonha. 

2.) Como era vista  a escola, o ensino e o conhecimento pelos usuários da escola?
Dentro de uma instituição de classe alta, podemos perceber que os alunos viam a escola como um lugar que os manteriam em sua classe social, bastava apenas tirar boas notas (decorando textos) e sair para o trabalho arrumado por seus pais médicos, advogados e donos de empresas. Mas mesmo com um futuro “garantido”, eles percebiam que aquela escola era extremamente opressora, com métodos tradicionalistas e militares, onde se faz tudo o que é mandado pelos superiores (professores). Uma verdadeira chatisse, sem liberdade nenhuma.
Todos, inclusive seus pais buscam com o ensino naquela escola “Tradição! Honra! Disciplina! e Excelência!” – Pensamento esse extremamente militar, machista e tradicional da época. O pior de tudo é que era real. 
 
3.) Qual a proposta de trabalho do professor que você considera relevante?
Muitas propostas foram relevantes, mas o que mais me chamou a atenção foram os locais em que ele utilizou para pensar a poesia. Caminhar no pátio cada um em seu ritmo, o jogo de futebol para desenvolver um trabalho em equipe e simplesmente se divertir (Carpe Dien). Pergunto-me sempre porque esse tipo de abordagem não é feito nas instituições de hoje? Porque as aulas de português e matemática não são feitas na quadra ou no pátio? É mesmo preciso que as crianças fiquem cinco horas dentro de uma sala de aula fechada e só saiam nas aulas de educação física? Isso vale para todas as faixas etárias, inclusive ensino médio. 

4.) Aponte uma cena que chamou sua atenção com relação à escola e ao trabalho docente. Por quê?
Não consigo resumir em apenas uma cena, mas tentei colocar duas que acho marcantes. 
Positivamente
Gostei da 1ª aula do Sr. Keating, em relação às fotos, e digo isso porque é uma cena que me marcou desde a primeira vez que assisti o filme, devia ter uns 13 ou 14 anos, pela Globo (faz tempo). Marcou-me tanto que tenho medo de fotos antigas até hoje.
O que Robin Williams fala sobre aproveitar a vida e acima de tudo para que olhem aqueles que um dia estiveram no lugar de seus alunos, com seus medos, angústias, e que talvez não viveram exatamente do modo que gostariam de viver. Esse pensamento é muito interessante, ele buscou na pele dos alunos uma forma de marcá-los já na primeira aula. A primeira impressão é a que fica. 
 
Negativamente
A cena em que “Nuwanda”, Charlie Dalton (Gale Hansen) apanha por ter sido “Rebelde”, é no mínimo humilhante. Incríveis os métodos de domínio, de opressão, onde a disciplina era extremamente imposta. Imagine quantos copistas, meros alunos alienados e sem pensamento próprio foram formados naquela época. Apesar de que hoje existam métodos alienantes e opressores da mesma forma, porém, naquela época eram melhores, pois eles sabiam que iam apanhar ou algo assim. Já a juventude de hoje se aliena simplesmente voltados para a TV ou para as modinhas do momento, mesmo se mostrando rebeldes, não têm uma causa para realmente buscarem seus direitos. Que direitos? Eles nem sabem o que realmente querem. 
 
5.) Colocando-se no lugar do professor, como você agiria?
No lugar do Sr. John Keating, eu não agiria da mesma forma. Acredito que nada pode ser radical demais e ele chegou de uma maneira extremamente radical, mesmo inovando e promovendo aulas importantes, interessantes. Para os alunos foi ótimo, mas e para a instituição com suas regras e métodos?
Se fosse para radicalizar acho que hoje teria sido mandada embora de inúmeras escolas. Eis um lema que discutimos em um grupo de pesquisa uma vez...
...“Precisamos agir pelo subterrâneo”
Porque isso? Embora queiramos mudar o mundo, isso não irá acontecer de uma hora para outra. É preciso ir com calma, fazer uma aula para as crianças e outra para os pais, aos poucos incentivá-los a pensar e junto disso, incentivar também seus pais a pensarem por si só. Digo isso porque (não muito na área de educação física, onde temos total liberdade para fazermos as aulas na quadra) já ouvi declarações de colegas de trabalho que perderam seus empregos por saírem da sala em todas as aulas (Aula de Educação Artística), seus diretores alegavam que atrapalhavam as outras salas, ou porque não estavam fazendo nada embaixo da árvore, só brincando.


São absurdos atrás de absurdos, é preciso agir de vagar, marcar território e ganhar credibilidade aos poucos. Promover momentos com a família na escola, mostrar seu trabalho e assim, com apoio da escola, direção, funcionários e dos pais, fazê-los pensar em toda a proposta de cidadania e autonomia para eles e seus filhos.

MENSAGEM DE HOJE...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

5.) PAVÃO, PUGILISTA, PSICÓLOGO, ATOR NÃO! NA VERDADE SOU PROFESSOR!


OI PESSOAL!
Olha que legal. Recebi essa mensagem de uma comunidade - PROFESSORES EDUCAÇÃO.
Fica aqui meus agradecimentos pelas mensagens que venho recebendo.
Valeu mesmo!!!

PS:
Coloquei algumas de minhas ideias em vermelho. Ok? Esperamos comentários. 


SOU UM PROFESSOR QUE PENSA...

Pensa em sair correndo toda vez que é convocado para uma reunião, que certamente o responsabilizará mais uma vez, pelo insucesso do aluno.

Mas tenho certeza que mesmo senda acusada, meus atos em sala não devem ser responsabilizados como tal, faço minha parte por um mundo melhor. Planto sementinhas de amor, respeito e amizade em todos eles, o problema é que a sociedade já está tão poluída que fica difícil para a cabecinha das crianças cultivarem tais valores sempre.

SOU UM PROFESSOR QUE LUTA...

Luta dentro da sala de aula, com os alunos, para que eles não matem uns aos outros. Que luta contra seus próprios princípios de educação, ética e moral.

A pior coisa que um pai pode ensinar a um filho, mesmo que ele esteja certo é aquela velha frase:
- FILHO! NÃO LEVE DESAFORO PRA CASA. SE ALGUÉM TE BATEU, BATA TAMBÉM.
Frases como essa só leva à violência. Não se ouve muito por aí:
- FILHO! AJUDE SEUS COLEGAS! SE ALGUÉM TE BATER, PERGUNTE PORQUE ESTÁ FAZENDO ISSO, E SE NÃO CONSEGUIR RESOLVER CONVERSANDO, CHAME UM ADULTO POR PERTO (professor, funcionário, pai, mãe...) PARA AJUDAR A FAZÊ-LOS AMIGOS NOVAMANTE.

SOU UM PROFESSOR QUE COMPREENDE...

Compreende que não vale a pena lutar contra as regras do sistema, ele é sempre o lado mais forte.

Mas nunca, jamais, devemos deixá-lo passar por cima de nossa dignidade. É difícil, pode parecer hipocrisia, mas um pouquinho de esperança e força de vontade às vezes pode nos ajudar a fazer diferença na cabecinha de nossos pequenos.

SOU UM PROFESSOR QUE CRITICA...

Critica a si mesmo por estar fazendo o papel de vários outros profissionais como: psicólogo, médico, assistente social, mas não consegue fazer o próprio papel que é o de ensinar.

Podemos denominar o professor de hoje como O PAVÃO, aquele que abre um leque de responsabilidades pelos alunos. É a partir daí que nos perguntamos:
- Vale mesmo a pena?
- Estamos mesmo realizando nosso dever?
Para isso há somente uma resposta:
“Se pararmos, quem irá ocupar nosso espaço? Quem dará continuidade às sementinhas que devem ser plantadas? O médico, o psicólogo e o assistente jamais farão o mesmo que fazemos. Acredito que eles não agüentariam.”
Vamos lá professores agüentemos mais um pouquinho, vamos ser psicólogos, médicos, assistentes, professores e acima de tudo AMIGOS.

SOU UM PROFESSOR que tem esperança

E espera que a qualquer momento chegue um "estranho" que nunca entrou em uma sala de aula, impondo o modo de ensinar e avaliar.

Quanto mais te convences de que podes ser feliz, de que tens em ti os tributos da paz, ação, resistência e amor, mais as facilidades chegam a ti.
Quanto te esforças, a vida também se esforça para te ajudar.
Não devemos fazer para esperar sermos um dia recompensado, mas se fizermos de coração aberto, com certeza um dia esta recompensa chegará.

SOU UM PROFESSOR QUE SONHA...
SONHA COM UM ALUNO INTERESSADO,
SONHA COM PAIS RESPONSÁVEIS,
SONHA COM UM SALÁRIO MELHOR, UM MUNDO MELHOR.

ENFIM, SOU UM PROFESSOR QUE REPRESENTA...

Representa a classe mais desprestigiada e discriminada, e que é incentivada a trabalhar só pelo amor à profissão.

Representa o fantoche nas mãos do sistema concordando com as falsas
metodologias de ensino.

E esse professor, que não sou eu mesmo, mas é uma outra pessoa, representa tão bem, que só não trabalha como ator, porque já é PROFESSOR e não dá para conciliar as duas coisas.

MAS A PARTIR DO MOMENTO QUE O PROFESSOR DESCOBRIR QUE POSSUI MUITOS ATRIBUTOS DE VERDADEIRAS ESTRELAS DE CINEMA, QUE NÃO ESTÁ SOZINHO NESSA GRANDE ARTE DA VIDA, COM CERTEZA UM DIA TRANSFORMARÁ SUA PROFISSÃO EM UM GRANDE PROJETO DE UM FILME QUE PODERÁ GANHAR OS MAIORES PRÊMIOS E DERRUBARÁ TODO E QUALQUER SISTEMA QUE VÁ CONTRA SEUS IDEAIS. CONTAREMOS UMA HISTÓRIA BEM DIFERENTE DESTA MEDÍOCRE REALIDADE DE HOJE.




terça-feira, 24 de agosto de 2010

4.) “EDUCAÇÃO FÍSICA”


 
“ Gostaria de acreditar que a Educação Física está em paz com o corpo, que ela não deseja transformá-lo em puro meio para fins olímpicos (por pequenos que sejam), mas que tratasse de cuidar dele como coisa bela, que deseja Reaprender a esquecida Arte de brincar (e de ser feliz)...”
Mauricio Narciso

domingo, 22 de agosto de 2010

3.) APENAS MAIS UM DIA DE AULA...

Ano de 2006, não me lembro em que dia e mês...


   ...Certa vez, em meu primeiro ano dando aulas de educação física, tive um dia bastante difícil.
   Vivia aquele impasse do que era a realidade de dar aula em escolas públicas. Saímos da faculdade cheios de sonhos, pensando em mudar o mundo. Isso é muito importante, mas também pode nos deixar loucos em certos momentos.
   Era meio de semana, quarta-feira, com 10 aulas desde as 7 da manhã até as 17h.
   Logo cedo peguei uma turma bastante pesada, com muitos casos de alunos "problema", que não respeitam nem o professor "legal" de educação física.
   Após o almoço, ainda dava aula na mesma escola, aliás, era a quarta "braba", pois era um dia bem cheio, e no mesmo ambiente até o final da tarde.
   Na segunda aula após o almoço, comecei a aula e percebi que uma menininha não queria fazer nada, ficou sentada um bom tempo num banco da quadra, enquanto todas as outras crianças se aqueciam - brincavam de pega-pega. Cheguei como quem não quer nada a seu lado e perguntei:
   - O que houve Vitória? Porque está triste?
   E ela, já chorando:
   - Meu pai só briga com minha mãe, ele bateu nela ontem. Acho que ele vai embora de casa.
   Pensei no que dizer à menina, passou muitas coisas na cabeça, mas o óbvio veio à mente, apenas as respostas clichês de sempre. Expliquei a ela que essas coisas acontecem e se eles não estão bem, era melhor que ele saísse de casa. Mas isso não queria dizer que ele deixaria de ser seu pai, ele seria para sempre e amaria do mesmo jeito.
   Ela chorou mais um pouco, em seguida perguntei se ela estava melhor e se queria esquecer os problemas.
   - Sim! - Disse balançando a cabeça.
   - Então vamos brincar de pega-pega. Ok?
   A menina voltou a brincar, e naquele momento tudo ficou bem. A aula continuou, depois acabou e ela não chorou mais durante as aulas.



   Mas o pior do dia ainda estava por vir.
   Na minha última aula, ouvi um papinho das crianças no portão da quadra.
   - O Fábio fuma maconha! – Falavam essa frase uns aos outros, inclusive ao Fábio, com a maior tranqüilidade do mundo.
  Aproximei para ouvir mais, mas eles perceberam e pararam. Perguntei:
   - O que vocês estão falando?
   - É verdade dona! - Péssimo costume das crianças do interior de chamar as professoras de DONA. Já me acostumei, mas confesso, que ainda hoje, ao ouvir isso me dói os ouvidos.
   - O que é verdade?
   - Que o Fábio fuma maconha. – disse um dos meninos.
   - Fábio? Que papo é esse? – Perguntei a ele mesmo, o Fábio.
   - Ué dona, de vez em quando, uso mesmo. – Ele me disse sem medo.
   Pedi licença para os outros meninos e decidi falar com ele em particular.
   - Mas como você faz pra comprar? Onde arruma dinheiro pra isso? – Perguntei.
   - Eu arrumo. Vou ao mercado, pego uns pacotes de bolacha e enrolo na blusa, depois vendo para os meus amigos. É assim que consigo dinheiro.
   - E quem vende pra você? – Perguntei ainda mais intrigada.
   - Uns amigos Dona.
   - E você acha certo isso? – Falei novamente.
   - Não, mas vou parar.
   - É melhor mesmo, pode ser muito ruim pra você. Imagine se a polícia descobre?
   - Tô brincando Dona. Eu não faço isso não.
  Ele tentou desconversar, mas era verdade, ele estava realmente envolvido nisso tudo, seus pais eram uns dos traficantes do bairro, mas isso soube depois em uma conversa com a direção da escola.
   Mas o maior detalhe desse episódio é que o aluno Fábio tinha apenas 10 anos, hoje deve ter uns 15 anos, não sei o que houve com ele.

   Terminei de dar aula aquele dia e após conversar com a diretora, saí arrasada da escola, já quase chorando (confesso que foram anos de muita choradeira), entrei no carro e me veio a última do dia.

   - Oi mocinha! – Me disse lá do alto do canteiro, onde estava meu carro parado, uma velhinha, de vestido colorido, bem humilde.
   - Boa tarde! – Respondi querendo fugir daquele lugar.
   - Oi fia, parabéns, viu? – Ela continuou, e eu sem entender nada respondi:
   - Parabéns por quê?
   - Ô fia! Parabéns, pois você faz um trabalho tão bonito. Vi você dando aula, acho tão bonito as crianças brincando. Eu queria tanto voltar a estudar. Queria aprender a ler.
   A velhinha aparentava uns setenta e poucos anos, mirradinha, baixinha e magrinha. Senti muita pena naquela hora.
   - Mas nunca é tarde. A senhora pode ir para a escola. Existem turmas para adultos.
   - Aí nessa escola? – Ela me perguntou.
   - Não, aqui não. Mas se a senhora perguntar na secretaria, com certeza eles mostram onde tem. – Eu disse tentando mais uma vez entrar no carro e correr pra casa.
   - Ô fia. Não tem jeito não, eu já tô velha. Mas parabéns. Viu? – E essa foi a última coisa que a ouvi dizendo. Agradeci e saí com o carro, chorando.
   Chorei até quase chegar em casa, e olha que morava muito longe de casa naquela época.

   Foram muitos problemas para um só dia de trabalho. Não? Agora pergunto:

   - Será que esse ofício de professor é só mesmo o de ensinar? Temos que ser psicólogos inúmeras vezes também.



   Ainda tenho medo do que vê pela frente.

Sílvia Bonomi
Há apenas cinco anos na rede pública de ensino.
E com muitas histórias pra contar, esse foi apenas um dia.


2.) A FALAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA...


...ouvimos por aí que esta disciplina não tem valor, que é apenas um momento para que os alunos brinquem, um momento para recreação.
...ouvimos por aí que se divertir, que brincar, que se recrear é de muita importância para o crescimento das crianças.
...ouvimos por aí que não importa a forma de brincar, é preciso dar estrutura para que as crianças brinquem.
Apesar de a educação física não ser apenas um espaço para brincadeiras, acredito que mesmo se fosse, já teria muito valor na grade escolar.
Nossa gente precisa brincar, se divertir mais.
E não me refiro apenas às crianças.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

1.) DESABAFA PROFESSOR COMEÇA HOJE - 12/08/2010

"Todos pensam em deixar um planeta melhor para os nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"


Agradecendo à Juliana, nossa seguidora, pelo E-mail e a imagem abaixo.


Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro da própria casa e recebe o exemplo dos seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive...

DESABAFAAAAAAAAAAAAAA PROFESSOR!!!

Nada melhor para explicar a relação pais, alunos e professores da atualidade que esta charge acima.
Conta outra, não?

Que venha 2012. O mundo está perdido mesmo.